Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 19 de 19
Filtrar
1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e248976, 2023. graf
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1422410

RESUMO

O objetivo deste artigo é fazer avançar o debate entre a psicanálise e os estudos queer, em especial a partir da interlocução traçada por Judith Butler com os trabalhos de Freud e Lacan. Retomando o modo como Butler articula Foucault, Derrida e a psicanálise para pensar os problemas de gênero, evidenciamos que a teoria psicanalítica permite à filósofa situar, a partir de sua concepção da melancolia de gênero, os pontos de fracasso da norma em função da vida psíquica do poder. Ainda que a cisheterossexualidade normativa imponha um roteiro de identificações e escolhas de objeto a seus sujeitos, há uma imprevisibilidade na maneira pela qual cada um responderá às injunções normativas da cultura, o que aponta para uma falha das normas em determinar completamente a subjetividade. A melancolia de gênero se torna, assim, uma marca da importância da psicanálise no percurso de Butler. Em seguida, discutimos as interpelações da filósofa ao simbólico lacaniano, bem como as nuances progressivamente introduzidas em sua leitura da diferença sexual. Ao longo do percurso de Butler, a diferença sexual deixa de ser considerada uma teoria da heterossexualidade e passa a ser apresentada como um conceito-borda, uma fronteira vacilante, que tomamos aqui como um convite para produzirmos uma releitura não normativa da diferença sexual na psicanálise a partir da teoria lacaniana da sexuação. Finalmente, localizamos a estranheza do gozo e o caráter irredutível da sexualidade às normas sociais como um importante eixo partilhado entre Butler e a psicanálise.(AU)


The aim of this article is to branch out the debate between psychoanalysis and queer studies, focusing on the interlocution drawn by Judith Butler with the works of Freud and Lacan. Returning to the way Butler articulates Foucault, Derrida and psychoanalysis to think about gender trouble, we show that psychoanalytic theory allows the philosopher to situate, from her conception of gender melancholy, the points of failure of the norm in function of the psychic life of power. After all, even though normative cis-heterosexuality imposes a script of identifications and object-choices on its subjects, there is an unpredictability to the way in which each one will respond to the normative injunctions of culture, so that norms fail to fully determine subjectivity. Gender melancholy thus becomes a mark of the importance of psychoanalysis in Butler's path. Then, we discuss the philosopher's interpellations to the Lacanian symbolic order, as well as the nuances progressively introduced in her reading of sexual difference. Along Butler's path, sexual difference is no longer considered a theory of heterosexuality and is presented as a border-concept, a vacillating frontier, which we take here as an invitation to produce a non-normative rereading of sexual difference in psychoanalysis, resorting to the Lacanian theory of sexuation. Finally, we locate the uncanniness of jouissance and the irreducible character of sexuality to social norms as an important shared axis between Butler and psychoanalysis.(AU)


El objetivo de este artículo es hacer avanzar el debate entre el psicoanálisis y los estudios queer, enfatizando la interlocución trazada por Judith Butler con los trabajos de Freud y Lacan. Volviendo a la forma en que Butler articula a Foucault, Derrida y el psicoanálisis para pensar los problemas de género, mostramos que la teoría psicoanalítica permite a la filósofa ubicar, desde su concepción de la melancolía de género, los puntos de falla de la norma en función de la vida psíquica del poder. Aunque la cis-heterosexualidad normativa imponga identificaciones y elecciones de objeto a sus sujetos, hay una imprevisibilidad en la forma en que cada uno responderá a los mandatos normativos de la cultura, lo que apunta a un fracaso de las normas para determinar completamente la subjetividad. La melancolía de género se convierte, entonces, en una marca de la importancia del psicoanálisis en la trayectoria de Butler. En seguida, discutimos las interpelaciones de la filósofa a lo simbólico lacaniano, así como los matices progresivamente introducidos en su lectura de la diferencia sexual. A lo largo de la trayectoria de Butler, la diferencia sexual deja de ser considerada una teoría de la heterosexualidad y pasa a ser presentada como un concepto-borde, um límite vacilante, que tomamos aquí como una invitación para producirmos una relectura no normativa de la diferencia sexual en psicoanálisis a partir de la teoría lacaniana de la sexuación. Finalmente, ubicamos la rareza del goce y el carácter irreductible de la sexualidad a las normas sociales como un importante eje compartido entre Butler y el psicoanálisis.(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Caracteres Sexuais , Sexualidade , Prazer , Normas Sociais , Identidade de Gênero , Filosofia , Preconceito , Psicologia , Desenvolvimento Psicossexual , Religião , Sexo , Educação Sexual , Classe Social , Meio Social , Ciências do Comportamento , Psiquiatria Biológica , Orquiectomia , Etnicidade , Família , Homossexualidade Feminina , Feminismo , Disciplinas e Atividades Comportamentais , Grupos Raciais , Transtorno Depressivo , Literatura Erótica , Ética , Neuropsiquiatria , Sexismo , Pessoas Transgênero , Segregação Social , Ativismo Político , Diversidade de Gênero , Normas de Gênero , Binarismo de Gênero , Androcentrismo , Teoria Freudiana , História , Libido , Antropologia , Complexo de Édipo
2.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1643-1662, dez. 2022.
Artigo em Inglês, Espanhol, Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1428540

RESUMO

As interrogações contemporâneas colocadas à psicanálise pelas transidentidades têm sido recebidas pelo campo de maneiras muito diversas, ora a partir de posições defensivas, ora a partir de leituras mais abertas a dialogar com essas interrogações. Do lado das perspectivas defensivas, encontramos, frequentemente, a tentativa de reduzir os problemas de gênero a questões do imaginário, como se o gênero se tratasse apenas de um capricho narcísico do eu, dirigido à identificação alienante a uma dada identidade. No cenário francês, que ainda repercute no contexto brasileiro, Jacques-Alain Miller e Élisabeth Roudinesco, cada um a seu modo, podem ser considerados representativos desse tipo de posicionamento. Na contramão dessa tendência, o objetivo deste artigo, que se serve de uma revisão crítica de literatura, é recolocar os termos do debate a partir da intervenção do filósofo Paul B. Preciado, evidenciando que o que está em jogo nas temáticas de gênero não é apenas uma questão quanto ao registro das identificações, mas também uma problemática mais ampla concernente à violência social e ao modo como a psicanálise irá se posicionar diante do regime da necrobiopolítica que atravessa o mundo contemporâneo.


The contemporary issues posed to psychoanalysis by transidentities have been discussed in the field in very different ways, either in defensive positions or in an interpretation more prone to the dialogue with such questions. Among defensive perspectives, we often find the attempt to reduce gender problems to imaginary issues, as if gender was just a narcissistic whim of the ego, connected to an alienating identification with a given identity. In the French scenario, which has strong repercussions in the Brazilian context, Jacques-Alain Miller and Elisabeth Roudinesco, each one in its own way, can be considered representative of this kind of thought. Against this tendency, the objective of this article, which is based upon a critical review of literature, is to refocus the terms of the debate resorting to the intervention of the philosopher Paul B. Preciado, showing that what is at stake in matters of gender is not only a question regarding the register of identifications, but also a broader issue concerning social violence and the way in which psychoanalysis takes sides itself in relation to the regime of necrobiopolitics that pervades the contemporary world.


Las preguntas contemporáneas que las transidentidades plantean al psicoanálisis han sido recibidas por el campo de formas muy diversas, a veces desde posiciones defensivas, a veces desde lecturas más abiertas al diálogo con tales preguntas. Del lado de las perspectivas defensivas, a menudo encontramos el intento de reducir los problemas de género a cuestiones imaginarias, como si el género fuera solo un capricho narcisista del yo, dirigido a la identificación alienante de una determinada identidad. En el escenario francés, que aún repercute en el contexto brasileño, Jacques-Alain Miller y Élisabeth Roudinesco, cada uno a su manera, pueden considerarse representativos de este tipo de posicionamiento. Frente a esta tendencia, el objetivo de este artículo, que utiliza una revisión crítica de la literatura, es remplazar los términos del debate a partir de la intervención del filósofo Paul B. Preciado, mostrando que lo que está en juego en los problemas de género no es sólo una cuestión en cuanto al registro de las identificaciones, pero también un tema más amplio en torno a la violencia social y a la forma en que el psicoanálisis se posicionará frente al régimen de la necrobiopolítica que atraviesa el mundo contemporáneo.


Assuntos
Política , Psicanálise , Violência , Sexualidade , Pessoas Transgênero , Identidade de Gênero
3.
Rev Soc Bras Med Trop ; 55: e03062021, 2022.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-35416870

RESUMO

BACKGROUND: Guillian Barré syndrome (GBS) is an acute autoimmune polyradiculoneuropathy often associated with previous exposure to infectious agents. METHODS: A clinical cohort of 41 patients with GBS admitted to the Base Hospital Institute of the Federal District between May 2017 and April 2019 was followed up for 1 year. Serological tests for arbovirus detection and amplification of nucleic acids using polymerase chain reaction for zika virus (ZIKV), dengue virus (DENV), and chikungunya virus (CHIKV) were performed. RESULTS: The cohort consisted of 61% men with a median age of 40 years, and 83% had GBS-triggering events. A total of 54% had Grade 4 disability, 17% had Grade 3, 12% had Grade 2, 10% had Grade 5, and 7% had Grade 1. The classic form occurred in 83% of patients. Nerve conduction evaluations revealed acute demyelinating inflammatory polyneuropathy (51%), acute motor axonal neuropathy (17%), acute sensory-motor neuropathy (15%), and indeterminate forms (17%). Four patients were seropositive for DENV. There was no laboratory detection of ZIKV or CHIKV infection. Ninety percent of patients received human immunoglobulin. Intensive care unit admission occurred in 17.1% of the patients, and mechanical ventilation was used in 14.6%. One patient died of Bickerstaff's encephalitis. Most patients showed an improvement in disability at 10 weeks of follow-up. CONCLUSIONS: GBS in the Federal District showed a variable clinical spectrum, and it was possible to detect recent exposure to DENV.


Assuntos
Arbovírus , Síndrome de Guillain-Barré , Infecção por Zika virus , Zika virus , Adulto , Feminino , Síndrome de Guillain-Barré/complicações , Síndrome de Guillain-Barré/epidemiologia , Síndrome de Guillain-Barré/terapia , Humanos , Masculino , Centros de Atenção Terciária , Infecção por Zika virus/complicações , Infecção por Zika virus/diagnóstico , Infecção por Zika virus/epidemiologia
4.
Agora (Rio J.) ; 24(3): 81-89, set.-dez. 2021. graf
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1355600

RESUMO

RESUMO: Este artigo propõe uma articulação entre os trabalhos iniciais de Judith Butler na década de 1990 e o recente livro de Clotilde Leguil sobre as incidências do gênero na constituição do sujeito. Nosso percurso começa tensionando o gênero entre desejo e demanda por meio da teoria lacaniana dos anos 1950 e 1960 para, em seguida, avançar rumo a algumas contribuições que a teoria lacaniana dos discursos nos anos 1970 pode oferecer para esse debate. Nossa intenção é evidenciar a divisão estrutural do sujeito a despeito das exigências de unificação subjetiva veiculadas pelos ideais do gênero, atestando sua insustentável mestria.


Abstract: This article proposes an articulation between the initial works of Judith Butler in the 1990s and the recent book by Clotilde Leguil on the incidences of gender in the constitution of the subject. We begin by tensioning gender in between desire and demand, resorting to Lacanian theory in the 1950s and the 1960s; then, we move towards some of the contributions that Lacanian theory of discourses in the 1970s can offer to this debate. Thus, our aim is to demonstrate that, even when the subject assumes an identification with a master-signifier among those conveyed by the ideals of gender, he/she remains divided and incoherent under this identification, something that attests its unsustainable mastery.


Assuntos
Psicanálise , Sexualidade , Identidade de Gênero
5.
aSEPHallus ; 17(33): 132-151, nov.2021-abr.2022.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1367247

RESUMO

Este trabalho visa extrair algumas consequências da diferença entre o feminino abordado como estranho (sendo por isso excluído e segregado na cultura e na neurose) e um feminino infamiliar, que atravessa cada ser falante à sua revelia como um modo de gozo que desmonta sua totalidade corporal. Buscamos sustentar a hipótese de que a abordagem do feminino como estranho é consequência da operação de recusa do feminino, tomado enquanto um feminino de ninguém. Nessa perspectiva, a recusa do feminino infamiliar retorna pela atribuição neurótica do feminino como algo estranho e invasivo. Nessa direção, apostamos aqui que essa articulação talvez nos permita situar o próprio modo de operação do gozo feminino enquanto infamiliar para o sujeito que dele se defende, tal como o encontramos na clínica da histeria. Como buscamos argumentar, a estrutura da neurose ­ e,comumente, da neurose histérica ­ busca fazer uma fronteira contra o feminino tomando-o como algo estranho, ao passo que o gozo feminino se encontra antes do lado do litoral, com seus avanços e recuos que não respeitamas fronteiras estabelecidas pelas defesas neuróticas.


Ce travail vise à extraire quelques conséquences de la différence entre le féminin abordé comme étrange (et donc exclu et ségrégué dans la culture et la névrose) et un féminin unheimlich, qui traverse chaque être parlant comme un mode de jouissance qui défait son totalité corporelle malgré soi-même. Nous cherchons à étayer l'hypothèse que l'approche du féminin comme étranger est une conséquence de l'opération de refus du féminin unheimlich, pris comme « féminin de personne ¼. Dans cette perspective, le refus du féminin unheimlich revient à travers l'attribution névrotique du féminin comme quelque chose d'étrange et d'envahissant. En ce sens, parions ici que cette articulation permettra peut-être de situer le mode même de fonctionnement de la jouissance féminine comme unheimlich pour le sujet qui s'en défend, tel qu'on le retrouve dans la clinique de l'hystérie. Comme nous argumentons, la structure de la névrose ­ et, communément, de la névrose hystérique ­ cherche à faire frontière contre le féminin en le prenant comme quelque chose d'étrange, tandis que la jouissance féminine se trouve plutôt du côté du littoral, avec des avancées et des retraites qui ne respectent pas les limites établies par les défenses névrotiques.


This work aims to develop some consequences from the difference between the feminine viewed as strange (being thus excluded and segregated in culture and in neurosis) and an uncanny feminine, which traverses each speaking being as a mode of enjoyment that de-consists their bodily totality despite their will. We raise the hypothesis that the approach of the feminine as strange is a consequence of an operation of refusal of the uncanny feminine, taken as a "feminine of no one". In this perspective, the refusal of the uncanny feminine returns by the neurotic attribution of the feminine as something strange and invasive. We thereby argue that such articulation might allow us to situate the mode of operation of the feminine enjoyment as uncanny for the subject that defends itself from it, such as we find it in the clinic of hysteria. As we try to state, the structure of neurosis ­ and, commonly, of hysteric neurosis ­ seeks to build a frontier against the feminine by interpreting it as something strange, meanwhile feminine enjoyment is rather found through the logic of the shore, with its advances and retreats that do not respect any boundaries set by neurotic defenses


Assuntos
Psicanálise , Prazer , Transtornos Neuróticos
6.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 24(2): 397-420, jun. 2021. graf
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1289794

RESUMO

De que forma o infamiliar (das Unheimliche) formulado por Freud pode nos ajudar a localizar uma parte do que está em jogo nas homofobias e transfobias? Partindo de seis relatos de ataques homofóbicos recolhidos em notícias de jornal, teceremos algumas considerações visando articular o infamiliar à tábua da sexuação de Jacques Lacan, por meio da orientação que o objeto a nos fornece. Debruçando-nos sobre os casos recolhidos, sintetizamos da seguinte forma o que se passa nessas situações: o "viado" é tomado como "mulher", por parte de alguém que parece se situar numa posição de "macho". Diante disso, proporemos uma dupla via de leitura: por um lado, pela irrupção de algo do feminino que angustia o "macho"; e, por outro, pela exposição do fato de que, no fundo, o falo não passa de um pedaço de carne que não garante ao sujeito uma posição viril.


In what way might the uncanny (das Unheimliche) help us locate part of what is at stake in homophobias and transphobias? Drawing upon six accounts of homophobic attacks, recovered from newspapers, we intend to make some contributions articulating the uncanny to the graph of sexuation, hence utilizing the orientation that the object a provides us with. As we discuss the collected cases, we synthesize in the following manner what seems to happen in these situations: the "faggot" is taken as a "woman" from the perspective of someone who situates himself in a "male" position. Thus, we propose two different readings: on the one hand, by irruption of something feminine that anguishes the "male" and, on the other hand, by the exposition of the fact that, deep down, the phallus is nothing but a piece of flesh that doesn't ensure the subject a virile position.


Dans quelle façon l'inquiétante étrangeté (das Unheimliche) peut-elle nos aider à localiser une partie de ce qui est en question dans les homophobies et les transphobies ? Nous utilisons six articles de journaux décrivant des attaques homophobes pour élaborer quelques considérations en mettant en rapport l'inquiétante étrangeté et le tableau de la sexuation par moyen de l'orientation que nous fournit l'objet a. En discutant ces cas, nous synthétisons ce qui se passe dans ces situations de la manière suivante : le « pédé ¼ est abordé comme « femme ¼ par quelqu'un qui apparemment se situe dans une position de « mâle ¼ dans la sexuation. Cela dit, nous proposons une doble voie de lecture : d'une part, par l'irruption de quelque chose du féminin qui angoisse le « mâle ¼ et d'autre part, par l'exposition du fait que, au fond, le phallus n'est qu'un morceau de viande qui ne garantit pas la position virile du sujet.


¿De qué manera lo extraño (das Unheimliche) puede ayudarnos a localizar una parte de lo que está en juego en lo relacionado con las homofobias y transfobias? Partiendo de seis relatos de ataques homofóbicos recopilados en noticias de periódico, haremos algunas consideraciones con el fin de articular lo extraño al esquema de la sexuación, a través de la orientación que el objeto nos ofrece. Analizando los casos reunidos, resumimos de la siguiente forma lo que pasa en dichas situaciones: el "maricón" es asumido como "mujer", por parte de alguien que parece situarse en una posición de "macho". Frente a eso, proponemos una doble vía de lectura: por un lado, por la irrupción de algo de lo femenino que angustia al "macho"; y, por otro, por la exposición del hecho de que, en el fondo, el falo no es más que un pedazo de carne que no le garantiza al sujeto una posición viril.

7.
Tempo psicanál ; 52(2): 6-27, jul.-dez. 2020.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1252252

RESUMO

Neste trabalho, tentamos apresentar algumas contribuições da psicanálise lacaniana a certos pontos de tensionamento levantados pelas autoras feministas Gayle Rubin e Judith Butler. Partimos da constatação de que ambas autoras abordam a teoria psicanalítica a partir da concepção de parentesco de Lévi-Strauss cuja consequência é, em alguns momentos, reduzir a psicanálise a um instrumento de reiteração das normas sociais que ela tenciona descrever. Diferentemente, buscamos argumentar que, ao abordar o problema do Pai e do falo na psicanálise, a obra de Lacan nos abre a possibilidade de sustentar uma distância crítica em relação a essas normas, particularmente a partir da posição do psicanalista, que recolhe da clínica os fracassos do funcionamento normativo do social. Assim, além dos semblantes de poder e consistência disseminados pelo ideal viril, somos levados a observar que o patriarcado se sustenta por um mito neurótico, ao passo que o falo no real (a despeito das insígnias fálicas que parecem conferir um privilégio simbólico aos seus portadores) constitui uma aflição para o macho, destituindo-o de qualquer segurança na abordagem do sexo. Diante disso, levantamos a hipótese de que as normas sociais buscam encobrir precisamente a castração paterna e a angústia masculina diante do falo, que ficam ocultas sob os semblantes da virilidade.


In this work, we try to present some contributions of Lacanian psychoanalysis to a few points of tension sustained by feminist theorists Gayle Rubin and Judith Butler. We find our point of departure in acknowledging the fact that these authors read Lacan alongside with the theory of kinship by Lévi-Strauss, which implies that psychoanalysis is sometimes reduced to an instrument of reiteration of the social norms it intends to describe. Differently, we try to argue that, in addressing the problem of the Father and of the phallus in psychoanalytic theory, Lacan's work opens up the possibility of sustaining a critical distance in relation to these norms, particularly from the position of the psychoanalyst, who gathers from its clinic the failures of the normative functioning of the social. Thus, beyond the semblances of power and consistency disseminated by the virile ideal, we are drawn to observe that patriarchy only sustains itself with a neurotic myth, meanwhile the phallus in the real (in spite of the phallic markers that seem to confer a symbolic privilege to its bearers) constitutes an affliction to the male, dismissing him from any security in its approach to sex. Hence, we sustain the hypothesis that social norms seek to cover up paternal castration and the masculine anxiety before the phallus, which remain hidden by the semblances of virility.


En este trabajo, intentamos presentar algunas contribuciones del psicoanálisis lacaniano a ciertos puntos de tensionamento levantados por las autoras feministas Gayle Rubin y Judith Butler. Partimos de la constatación de que esas dos autoras toman la teoría psicoanalítica a partir de la concepción de parentesco de Lévi-Strauss, algo cuya consecuencia, en algunos momentos, es de reducir el psicoanálisis a un instrumento de reiteración de las normas sociales que ella pretende describir. Diferentemente, buscamos argumentar que, al abordar el problema del Padre y del falo en la teoría psicoanalítica, la obra de Lacan nos abre la posibilidad de sustentar una distancia crítica en relación a esas normas, particularmente a partir de la posición del psicoanalista, que recoge de la clínica los fracasos del funcionamiento normativo del social. Así, más allá de los semblantes de poder y consistencia diseminados por el ideal viril, somos llevados a observar que el patriarcado solo se sustenta por un mito neurótico, mientras que el falo en lo real (no obstante las insignias fálicas que parecen conferir un privilegio simbólico a sus portadores) constituye una aflicción para el macho, destituyéndolo de cualquier seguranza en el abordaje del sexo. Por lo tanto, planteamos la hipótesis de que las normas sociales buscan encubrir precisamente la castración paterna y la angustia masculina ante el falo, que quedan ocultas bajo los semblantes de la virilidad.

8.
Fractal rev. psicol ; 32(2): 162-170, maio-ago. 2020.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos, LILACS | ID: biblio-1133945

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar as maneiras pelas quais o complexo de Édipo foi reelaborado nas formulações de Gilles Deleuze e Félix Guattari, bem como de Jean Laplanche. Tentamos mostrar que as formulações laplancheanas permitem responder a algumas das críticas levantadas pelos autores de O anti-Édipo. Tanto para Laplanche quanto para Deleuze e Guattari, o que está em questão é retomar o que cada um considera como a originalidade da descoberta freudiana: a prioridade do Sexual, no caso do psicanalista, e a prioridade do sexo não humano, no caso dos esquizoanalistas. Após apresentar os principais fundamentos de cada corrente, promovemos uma reflexão sobre as ligações entre o Édipo e as questões de gênero a partir das obras desses autores. Recorrendo também às contribuições de Judith Butler para esse debate, levantamos a hipótese de que as normas de gênero, ao instituírem um sexo binário, servem como suporte para a repressão e o recalque do Sexual e do sexo não humano, que desprezam o binário normativo homem-mulher ou papai-mamãe. Como resultado, acreditamos apontar, com Laplanche e as contribuições da esquizoanálise, para a possibilidade de uma psicanálise pós-edipiana ou, até mesmo, não edipiana.(AU)


This article aims to analyze the ways in which the Oedipus complex has been reworked in the formulations of Gilles Deleuze and Félix Guattari, as well as of Jean Laplanche. We tried to show that Laplanchean psychoanalysis allows us to respond to some of the critics made by the authors of The Anti-Oedipus. For Laplanche, as well as for Deleuze and Guattari, what is at stake is in what consists the originality of the Freudian discovery for each one: the priority of the sexual, to the psychoanalyst, and the priority of the non-human sex, to the schizoanalysts. After presenting the fundaments of each current, we promote a reflection on relations between Oedipus and gender based on the works of these authors. Also recurring to the contributions of Judith Butler to this debate, we hypothesize that gender norms, while instituting binary sex, serve as a support for the repression (meaning both "Unterdruckung" and "Verdrangung") of the sexual and of non-human sex, who despise the normative binary of man-woman. Thus, we believe it was possible to point, along with Laplanche and the contributions of schizoanalysis, to a post-Oedipal or even a non-Oedipal psychoanalysis.(AU)


Assuntos
Psicanálise , Inconsciente Psicológico , Sexualidade
9.
Psicol. ciênc. prof ; 40: e192180, jan.-maio 2020.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1140849

RESUMO

Nos debates contemporâneos da psicologia, muitas vezes a psicanálise é apressadamente descartada como um campo historicamente datado que se limitaria a promover uma reiteração de normas sociais pela reprodução de arranjos normativos de gênero e de orientação sexual. No entanto, neste trabalho, tentamos indicar alguns dos pontos de pioneirismo e de subversão da teoria psicanalítica em relação ao discurso médicomoral vigente à época de sua invenção e também em relação aos saberes contemporâneos sobre gênero e sexualidade. Isso não é feito sem o reconhecimento de alguns dos erros nos quais a psicanálise incorreu ao carregar consigo, em momentos variados, uma série de normatividades que lhe deveriam ser estranhas, mas que foram herdadas de modo acrítico de outros discursos que a antecederam. Assim, trata-se de investigar como a psicanálise permite pensar a sexualidade mais além da matriz sexo-gênero-orientação sexual, a fim de apontar formas de pioneirismo e subversão nas formulações de Freud e Lacan que podem contribuir para os debates de gênero e sexualidade, a partir do objeto a e da teoria da sexuação...(AU)


In contemporary debates within psychology, psychoanalysis is often discarded too hastily as a historically dated field of knowledge that would limit itself to promoting the reiteration of social norms, reproducing normative arrangements of gender and sexual orientation. Nevertheless, in this paper, we indicate how psychoanalysis was a subversive pioneer regarding the moral-medical discourse in force at the time of its invention and regarding the contemporary knowledge related to the fields of gender and sexuality. This is done by first acknowledging some of the mistakes made in psychoanalysis due to carrying a series of normativities that should be alien to it, but were heralded from other discourses in a rather uncritical manner. Thus, we investigate how psychoanalysis allows us to think sexuality beyond the matrix of sex/gender/sexual orientation, in order to point to manifestations of pioneering and subversion in Freud and Lacan's formulations that can contribute to discussion on gender and sexuality via the formulation of the objet petit a and the theory of sexuation...(AU)


En los debates contemporáneos de la psicología, el psicoanálisis es apresuradamente descartado muchas veces como un campo históricamente datado que se limitaría a promover la reiteración de normas sociales por la reproducción de arreglos normativos de género y de orientación sexual. Pero, en este trabajo intentamos indicar algunos de los puntos de pionerismo y de subversión de la teoría del psicoanálisis en relación al discurso médico-moral vigente a la época de su invención y también en relación a los discursos contemporáneos sobre género y sexualidad. Eso no está hecho sin reconocer algunos de los errores en los cuales el psicoanálisis incurrió al traer consigo, en momentos variados, una serie de normatividades que deberían ser extrañas, pero las heredó de modo acrítico de otros discursos anteriores a él. Se trata aquí de investigar cómo el psicoanálisis nos permite pensar la sexualidad más allá de la matriz sexo-género-orientación sexual, a fin de apuntar formas de pionerismo y subversión en las formulaciones de Freud y Lacan que pueden contribuir a los debates de género y sexualidad, a partir de la formulación del objeto a y de la teoría de la sexuación...(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Psicanálise , Teoria Psicanalítica , Psicologia , Sexualidade , Papel , Trabalho , Conhecimento , Normas Sociais , Identidade de Gênero
10.
Reverso ; 41(78): 63-69, dez. 2019.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos | ID: psi-72047

RESUMO

Este trabalho parte de um comentário de Lacan em 1958, segundo o qual o poder do analista opera na condição de não se servir dele. Tendo o caso Dora como norteador, tentamos articular essa ideia à elaboração dos discursos na década de 1970, época em que Lacan se dedica à formalização da clínica psicanalítica mais além do Pai. Dessa forma, ali onde o mestre dá um comando, buscando exercer o poder que lhe é suposto, o discurso analítico opera em seu avesso, fazendo valer a causa do desejo ao prescindir do exercício de seu poder(AU)


This work is based on Lacan’s 1958 statement according to which the analyst’s power operates under the condition of giving up its exercise. Having Dora’s case as a guiding, we try to articulate this idea to the elaboration of the discourses in the 1970s, period in which Lacan is dedicated to formalizing a clinic beyond the Father. Hence, there where the master gives a command, seeking to exercise the power that is supposed to him, the analytic discourse operates in its reverse, asserting the cause of desire while giving up the exercise of its power(AU)

11.
Psicol. rev. (Belo Horizonte) ; 25(3): 1080-1097, set.-dez. 2019.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1340509

RESUMO

Este artigo tenciona percorrer o caminho apontado por Lacan em sua única aula do seminário sobre os nomes do pai, em 1963, que orientaria a direção do ensino daquele ano. Recuperamos as aulas então indicadas, relativas aos Seminários 5, 7 e 9, à luz do que foi desdobrado posteriormente, envolvendo, em especial, a questão do pai e do nome próprio. Articulamos, ainda, as pistas de sua única aula do seminário inacabado com algumas elaborações espalhadas ao longo do Seminário 10, empreitada que nos permite vislumbrar relações do objeto voz com a nominação e com a angústia, apontando para as formulações ulteriores de Lacan sobre a père-version no Seminário 22.


This article intends to go through the way traced by Lacan in his sole class at the seminar about the names of the father, in 1963, which would guide those who wanted to see in which direction his teaching would advance that year. Thus, we made a reading of the classes indicated by Lacan himself from the Seminars 5, 7, and 9, through the light of what was further elaborated in his theory, involving specially the question of the father and the own name. Later on, we tried to articulate the clues of his only class from the unfinished seminar along with some ideas spread throughout Seminar 10, a work that allows us to foresee the relations of the object voice with the naming and with the overcoming of anxiety, which already points to ulterior formulations of Lacan about père-version in seminar 22.


Este artículo intenta trazar el camino apuntado por Lacan en su única clase del seminario sobre los nombres del padre, en 1963, que guiaría la dirección de su enseñanza en ese año. Para tanto, hicimos la lectura de las clases indicadas por el propio Lacan en los Seminarios 5, 7 y 9, a la luz de lo que se desplegó después en la teoría, en especial, con la cuestión del padre y la del nombre propio. También articulamos las pistas de su única clase del seminario inacabado con algunas elaboraciones dispersas a lo largo del Seminario 10, trabajo que nos permite vislumbrar las relaciones del objeto voz con la nominación y la superación de la angustia, apuntando para las formulaciones ulteriores de Lacan sobre la père-version en el seminario 22.


Assuntos
Paternidade , Nomes
12.
Tempo psicanál ; 51(1): 38-74, jan.-jun. 2019. ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1043447

RESUMO

Neste trabalho, abordamos os relatos autobiográficos escritos em redes sociais por Daniela Andrade, mulher transexual e militante, a fim de extrair o que ela pode nos ensinar acerca da transexualidade como possibilidade de amarração nodal do sujeito. Partindo da forma como ela organiza discursivamente sua experiência, recorrendo à distinção entre identidade de gênero, papel de gênero, anatomia e orientação sexual, levantaremos a hipótese de que esse saber sobre o gênero lhe permite fazer-se um nome próprio ("Daniela Andrade") ao eleger, no Simbólico, o significante "mulher trans" para representá-la frente ao Outro. Assim, pela via de uma nominação simbólica, Daniela alcança uma forma de operar a reescrita de seu gozo pela invenção singular de um nome próprio, ao construir uma solução transexual sinthomática no campo do Simbólico, manobra que corrige o duplo lapso nodal entre seu corpo (I) e o desejo do Outro (S).


In this work, we consider the autobiographical narratives written by Daniela Andrade, a militant and transsexual woman, in order to extract what she can teach us about transsexuality as a possibility of making a subjective tie. Drawing upon the way she organizes her experience discursively, recurring to the distinction between gender identity, gender role, anatomy, and sexual orientation, we will raise the hypothesis that such differentiation permits her making herself a proper name ("Daniela Andrade") by electing, in the Symbolic, the signifier "trans woman" to represent her in front of the Other. Thus, by means of a symbolic nomination, Daniela finds a way to operate the rewriting of her jouissance through the invention of a proper name, making up a transsexual sinthomatic solution in the Symbolic, which corrects the double nodal lapse between her body (I) and the desire of the Other (S).


En este trabajo, abordamos los relatos autobiográficos escritos en redes sociales por Daniela Andrade, una mujer transexual y militante, a fin de extraer lo que ella puede nos enseñar acerca de la transexualidad como posibilidad de enlazamiento subjetivo. Partiendo de la forma como ella organiza discursivamente su experiencia, recurriendo a la distinción entre identidad de género, papel de género, anatomía y orientación sexual, levantaremos la hipótesis de que ese saber sobre el género le permite hacerse un nombre propio ("Daniela Andrade"), cuando elige en el Simbólico el significante "mujer trans" para representarla frente al Otro. Así, por la vía de una nominación simbólica, Daniela alcanza una forma de operar la reescrita de su goce por la invención de un nombre propio, construyendo una solución transexual sinthomática en el campo del Simbólico, que corrige el doble lapsus nodal entre su cuerpo (I) y el deseo del Otro (S).

13.
Psicol. Estud. (Online) ; 24: e41962, 2019.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-984834

RESUMO

RESUMO Neste trabalho, articulamos um debate crítico entre Butler, Foucault e Laplanche para pensar a constituição do sujeito a partir das categorias centrais utilizadas por esses pensadores: o gênero, a sexualidade e o sexual. Primeiro, desenvolvemos a ideia de jogos libidinais de poder: os jogos de poder foucaultianos não se sustentam sem um suporte libidinal subjetivo. Em seguida, após introduzir as leiturasde Butler e Laplanche, tentamos abrir caminho para uma releitura laplancheana sobre um mal-estar na teoria butleriana da performatividade de gênero. Para isso, aproximamos a performatividade, como repetição citacional de uma norma sem fundamento ontológico, aos conceitos laplancheanos de código tradutivos e mensagens enigmáticas. Como pano de fundo do debate, concebemos que a verdade recalcada dos arranjos normativos de gênero é o sexual, que desafia as tentativas de cristalizar, de forma clara e distinta, o binário tradicional homem-mulher. Do ponto de vista da constituição do sujeito, concluímos apontando a possibilidade de pensar em tratamentos menos mortíferos e menos rígidos para opulsional.


RESUMEN En este estudio, articulamos un debate entre Butler, Foucault y Laplanche para pensar la constitución del sujeto a partir de las categorías centrales utilizadas por esos pensadores: el género, la sexualidad, lo sexual. Primero, desarrollamos la idea de juegos libidinales de poder: los juegos de poder foucaultianos no se sustentan sin un suporte libidinal subjetivo. Después de introducir las teorías de Butler y Laplanche, intentamos abrir camino a una relectura laplancheana de la teoría butleriana de la performatividad de género. Para eso, acercamos la performatividad, como repetición citacional de una norma sin estatuto ontológico, a los conceptos laplancheanos de mensajes enigmáticos y códigos traductivos. Como paño de fondo del debate, concebimos la verdad recalcada de arreglos normativos de género como siendo lo sexual, que desafía los intentos de cristalizar, de una forma clara y distinta, el binario tradicional hombre-mujer. Del punto de vista de la constitución del sujeto, concluimos apuntando la posibilidad de pensar en tratamientos menos mortíferos y menos rígidos para lo pulsional.


ABSTRACT In this study, we articulate a debate between Butler, Foucault, and Laplanche to think the constitution of the subject through central categories used by these thinkers: gender, sexuality, and the sexual. First, we develop the notion of libidinal games of power, in that power games only sustain themselves with a libidinal subjective support. Then, after introducing Butler's and Laplanche's theories, we sought to open the way for a Laplanchean re-reading of Butler's theory of gender performativity. Thus, we approximate performativity, as the citational repetition of a norm that has no ontological status, to the Laplanchean concepts of translational codes and enigmatic messages. As the background of this debate, we conceive the repressed truth of normative arrangements of gender as the sexual, which defies the attempts to crystalize, in a clear and distinct way, the traditional binary man-woman. From the point of view of the subject's constitution, we conclude by pointing the possibility of thinking about less-deathly and less-rigid treatments for the drive.


Assuntos
Humanos , Sexualidade , Identidade de Gênero , Psicanálise , Inconsciente Psicológico
14.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 18(2): 685-708, maio-ago. 2018.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-986376

RESUMO

O funk ousadia é um recente subgênero do funk cujas letras apresentam temas recorrentes: conteúdo radicalmente pornográfico, envolvendo a figura da "novinha" e recorrendo a várias gírias para os órgãos genitais, em meio a polêmicas judiciais, boa recepção de seu público-alvo e má recepção de setores sociais conservadores. A presença de uma quantidade considerável de MCs adolescentes no funk ousadia nos leva a propor que, no tempo lógico de encontro com a não relação sexual, em uma época de declínio da função paterna e estimuladora de uma perversão ordinária, esses MCs fazem um semblante de saber sobre o sexo ­ ou depositam-no na "novinha" ­ como forma de tratamento do gozo e da não relação sexual, criando um nome próprio para si por meio do funk, constituindo, para tanto, uma rede de identificações horizontais com sujeitos especulares em busca de consistência, contornando o Real pulsional em jogo na puberdade.(AU)


"Funk ousadia" is a recent subgenre of funk whose lyrics present recurrent themes: radically pornographic content, involving the image of the "novinha" and recurring to many slangs for referring to the genital organs, amid judicial polemics, good reception from its audience and bad reception from conservative sectors of society. The presence of a considerable quantity of adolescent "MCs" in "funk ousadia" takes us to affirm that, in the logical time of encounter with the no sexual relation, in an epoch of decline of the paternal function and of cultural stimulation for a ordinary perversion, these "MCs" make a semblant of knowledge about sex ­ or deposit it into the "novinha" ­ as a way of treating jouissance and the absence of sexual relation, creating themselves a proper name through funk, constituting, thus, a web of horizontal identifications with specular subjects in search of consistency, bypassing the pulsional Real in question in puberty.(AU)


El "funk ousadia" es un reciente subgénero del funk cuyas canciones presentan temáticas recurrentes: contenido radicalmente pornográfico, envolviendo la figura de la "novinha" y recurriendo a varias jergas para los órganos genitales, en medio de controversias judiciales, buena recepción de su público-objetivo y mala recepción de sectores sociales conservadores. La presencia de una cantidad considerable de "MCs" adolescentes en el funk nos lleva a proponer que, en el tiempo lógico de encuentro con la no relación sexual, en una época de declino de la función paterna y estimuladora de una perversión ordinaria, esos "MCs" hacen un semblante de saber sobre el sexo ­ o lo depositan en la "novinha" ­ como forma de tratamiento del goce y de la no relación sexual, creándose un nombre propio por medio del funk, constituyendo, para tanto, una red de identificaciones horizontales con sujetos especulares en búsqueda de consistencia, contornando al Real pulsional en cuestión en la pubertad.(AU)


Assuntos
Adolescente , Sexualidade , Discurso , Música/psicologia
15.
aSEPHallus ; 13(25): 31-46, nov.2017-abr.2018.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-988191

RESUMO

O artigo pretende perguntar quais mudanças são acarretadas pelo declínio do ideal viril no nível da sexuação, fazendo o percurso que leva da sociedade pautada no ideal fálico até sua derrocada contemporânea. A falência do viril revela que a sexuação apresenta um caráter moebiano, que situa, de partida, todo ser falante como concernido pelo não-todo fálico. Explicita o modus operandi do ideal viril para lançar luz sobre as proliferações do não-todo no século XXI, em sua rebeldia ao universal. Como conclusão,discute as consequências clínicas possíveis para os horizontes contemporâneos da subjetividade


Cet article a l'intention de discuter quels changements sont causés par le déclin de l'idéal viril au niveau de la sexuation, en faisant le chemin qui conduit de la société basée sur l'idéal phallique jusqu'à son déclin contemporain. La décadence du viril révèle que la sexuation a un caractère moebien, ce qui place tout parlêtre comme concerné par le pas-tout phallique. Le modus operandide l'idéal viril est expliqué pour éclairer les proliférations du pas-tout au XXIe siècle, dans sa rébellion à l'universel. En conclusion, des conséquences cliniques possibles pour les horizons contemporains de la subjectivité sont discutés


This article intends to ask about what changes are entailed by the decline of the virile ideal in the process of sexuation, discussing the trajectory from the phallic ideal that governed Occidental society to its contemporary decay. The collapse of the virile reveals that sexuation presents a Moebian character, that situates, from the start, every speaking being as concerned by the not-all phallic. The virile ideal's modus operandi isexplained to throw light over the proliferations of the not-all in the 21stcentury, in its refractoriness to the universal. As a conclusion, some possible clinical consequences for the contemporary horizons of subjectivityare discussed


Assuntos
Humanos , Psicanálise/tendências , Desenvolvimento Sexual , Feminilidade , Masculinidade
16.
Psicol. Estud. (Online) ; 22(3): 473-484, jul.-set. 2017.
Artigo em Inglês, Português | Index Psicologia - Periódicos, LILACS | ID: biblio-1102387

RESUMO

Judith Butler se apropria de vários conceitos da psicanálise, mas não explora o estranho (Unheimliche) freudiano.Trata-se, aqui, de investigar a função política desse conceito, considerando que a norma o converte em abjeção, como em casos de homofobia e transfobia. No encontro entre um sujeito cujo semblante sexuado é estruturado dentro da hegemonia heterossexual e um sujeito com semblante abjeto, o primeiro espera ver i(a), um outro-espelho de sua imagem narcísica, mas se defronta com a, o estranho abismo do desejo do Outro. Com Lacan, esse Unheimlicheé produtor de angústia no eu do sujeito, o que faz vacilar suas identificações em uma experiência de indeterminação. Porém, nossas formas de vida sustentam ficções identitárias demasiado rígidas, que convertem essa angústia do indeterminado em medo e violência. Em certos casos de homofobia e transfobia, um sujeito com semblante normalizado vivencia de maneira improdutiva a ameaça de dissolução do seu eu frente a um estranho que é tido como abjeto, inumano, monstruoso. Torna-se crucial pensar formas de vida em que experiências de indeterminação possam ser vividas de maneira produtiva, em que identificações sejam mais porosas em relação àquilo que não se reduz à forma determinada de um eu.


Here we investigate the political function of the Unheimliche, considering it as converted, through the norm, into abjection in certain cases of homophobia and transphobia. In some of these cases, normalized subjects experience the menace of dissolution of their ego as unproductive, when confronted to uncanniness, read as inhuman, monstrous. The subjective circuit of the abject-uncanny triggers anxiety, which in turn causes identitary vacillation and points to an experience of indeterminacy. Thus, we point toforms of life in which indeterminacycan be lived productively.


Se trata de investigar la función política del Unheimlichefreudiano, considerándolo como siendo convertido, por la norma, para la forma de abyección, en ciertos casos de homofobia y transfobia. En algunos de esos casos, un sujeto con semblante normalizado vivencia de modo improductivo la amenaza de disolución de su yo frente a un extraño visto como inhumano, monstruoso. El circuito subjetivo del extraño-abyecto dispara la angustia, vacilando las identificaciones y apuntando para una experiencia de indeterminación. Así, esbozamos formas de vida en que la indeterminación pueda ser vivida productivamente sin generar miedo o violencia.


Assuntos
Política , Performatividade de Gênero , Psicanálise , Sexo , Violência/psicologia , Heterossexualidade/psicologia , Sujeitos da Pesquisa/psicologia , Homofobia , Transfobia , Teoria Freudiana , Angústia Psicológica , Identidade de Gênero
17.
Opcao lacan ; 8(23): 1-12, ago. 2017.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos | ID: psi-71971

RESUMO

O contemporâneo aponta para uma afinidade entre os processos de desconstrução dos gêneros e de feminização do mundo. Sustentamos que essa convergência permite questionar os excessos de determinidades identitárias em direção de um regime de experiências produtivas de indeterminação(AU)

18.
Nat. Hum. (Online) ; 19(1): 128-148, jul. 2017.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1430886

RESUMO

Nietzsche e Freud produziram representações teóricas das mulheres e do gênero feminino muito similares. Por meio do método hermenêutico-crítico e da crítica historicista, a comparação entre essas representações corrobora a hipótese de que ambos os autores contribuem para a construção de uma rede representacional que articula fortemente a mulher a elementos de passividade, masoquismo, pudor, maternidade, submissão, docilidade e rebeldia. A análise permite-nos demonstrar a tese de Jean Laplanche, segundo a qual o gênero é um esquema narrativo ou um código que traduz a sexualidade inconsciente. Para a teoria laplancheana, os arranjos de gênero fornecem uma organização possível - mas não necessária - ao sexual infantil, ajudando no processo de recalcamento. Isso se vincula a uma tradução generificada da atividade e da passividade originária em termos de masculinidade e feminilidade. Assim, acreditando que, em suas teorizações, tanto Freud quanto Nietzsche fazem uso dessa engrenagem tradutiva, herdada do social,torna-se fundamental desconstruir a imagem da mulher presente nos dois autores a fim de abrir espaço para representações menos comprometidas com a perspectiva falocêntrica.


Nietzsche and Freud have produced very similar theoretical representations of women and the feminine. By using a critical-hermeneutic method and a historicist critique, the comparison between these representations confirms the hypothesis that both authors contribute to the construction of a representational network that strongly articulates women to the elements of passivity, masochism, shame, maternity, submission, docility, and insurgency. Our analysis lets us demonstrate Jean Laplanche thesis' that gender is a narrative scheme or a code that translates unconscious sexuality. For Laplanchean theory, gender arrangements provide a possible - but not necessary - organization to the infantile sexuality, aiding the process of repression. This gets associated to a gendered translation of activity and original passivity in terms of masculinity and femininity. Thus, believing that, in their theories, both Freud and Nietzsche utilize this translation engine, inherited from the culture, we find it essential to deconstruct the image of woman present in both authors, in order to open the way to representations that are less compromised to a phallocentric perspective.

19.
Clinicaps ; 9(25/26): 1-14, jan.-jun. 2015.
Artigo em Português | Index Psicologia - Periódicos | ID: psi-71765

RESUMO

No intuito de pôr a dialogar algumas das contribuições da psicanálise e da teoria queer, abordamos a temática do gênero e da sexualidade a partir da adolescência e do contemporâneo, tendo como norte os trabalhos de Freud, Lacan, Foucault e Butler. Sustentamos centralmente a hipótese de que os adolescentes, hoje, têm colocado sob suspeita a oferta dos semblantes de gênero tradicionais, apontando para a insuficiência dessas narrativas identitárias frente à pulsão. Assim, numa época em que o Outro não esconde sua inconsistência, esses adolescentes têm buscado outros tratamentos para o real do gozo. Suas soluções passam menos pelos arranjos de gênero tradicionais do que pelo que Butler chamaria de encrencas de gênero (gender trouble), na direção de um regime em que a inexistência da relação sexual precipita invenções pela via do singular. Como pode a clínica psicanalítica contribuir frente a esses impasses?(AU)


Here we intend to articulate some of the contributions from psychoanalysis andqueer theory, discussing gender and sexuality through adolescence and contemporaneity. The works of Freud, Lacan, Foucault, and Butler were central to our orientation. We sustain the hypothesis that adolescents, nowadays, have been refusing the traditional offers of gender semblants and performances, pointing to the insufficiency of these identitarian narratives to give an account of the drive. Thus, in a time in which the Other does not hide its inconsistency, adolescents are searching other treatments for the real of jouissance. Their solutions do not intend to subscribe to traditional gender arrangements, creating instead what Butler would call gender trouble, towards a regime in which the inexistence of the sexual relation precipitates inventions through singularity. How can the psychoanalytical cliniccontribute to these deadlocks? (AU)


Assuntos
Saúde Mental , Psicanálise
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA
...